Redução de impostos para psiquiatra

A redução de impostos é um tema sensível para médicos especialistas, e os psiquiatras não ficam de fora dessa preocupação. 

Sem um planejamento tributário adequado, é fácil acabar pagando mais impostos do que o necessário. 

Neste conteúdo completo, a equipe da Passos e Fernandes Contabilidade, especialista em contabilidade para profissionais da saúde, apresenta as principais estratégias que psiquiatras podem adotar para pagar menos impostos de forma segura, ética e dentro da lei.

Pessoa física ou jurídica: qual o impacto na carga tributária?

Antes de adotar qualquer estratégia, é fundamental entender a diferença entre atuar como pessoa física e pessoa jurídica. A escolha do modelo de tributação pode representar uma economia que ultrapassa 50% dos valores pagos hoje.

Atuar como pessoa física costuma ser mais simples no início da carreira, mas, à medida que a receita cresce, a carga tributária pode ficar muito pesada. 

Já a formalização como pessoa jurídica permite acesso a regimes tributários mais vantajosos e a benefícios adicionais que diminuem os custos operacionais.

Tributação como pessoa física

Ao prestar serviços como autônomo, o psiquiatra recolhe o carnê-leão mensalmente, com base na tabela progressiva do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF):

Além disso, incidem:

• INSS autônomo: 20% sobre o rendimento, limitado ao teto previdenciário;
  
• ISS (Imposto Sobre Serviços): alíquota de 2% a 5%, conforme o município.
  

📌 Um psiquiatra que fatura R$ 20.000 mensais como pessoa física pode chegar a pagar mais de R$ 5.000 em impostos e contribuições.

Tributação como pessoa jurídica

Ao abrir um CNPJ, o psiquiatra passa a escolher entre regimes como Simples Nacional e Lucro Presumido, reduzindo significativamente o total de tributos:

• No Simples Nacional, unifica-se o recolhimento em uma única guia mensal.
  
• No Lucro Presumido, os tributos são calculados sobre uma base de lucro estimada pelo governo, muitas vezes menor do que o lucro real do profissional.

💡 A economia pode chegar a 60% ou mais em comparação com a tributação como pessoa física, especialmente para quem tem boa receita e despesas controladas.

Simples Nacional para psiquiatras

O Simples Nacional é ideal para quem deseja simplificar obrigações e reduzir alíquotas. A tributação varia conforme o Fator R (relação entre folha de pagamento e faturamento):

• Anexo III (quando a folha de pagamento, incluindo pró-labore, representa ≥ 28% do faturamento): alíquotas a partir de 6%;

• Anexo V (quando a folha é < 28%): alíquotas a partir de 15,5%.

Lucro Presumido para psiquiatras

O Lucro Presumido é um regime tributário que pode ser utilizado por pessoas jurídicas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano. 

Por sua vez, no caso dos médicos, a tributação neste regime é realizada com base nos seguintes impostos e alíquotas:

• IRPJ: 4,8%
• CSLL: 2,88%
• PIS/COFINS: 3,65%
• ISS: 2% a 5%, conforme o município

📌 Com isso, a carga tributária total varia entre 13,33% e 16,33% sobre o faturamento.

Esse regime costuma ser vantajoso para psiquiatras com faturamento acima de R$ 25.000 mensais ou para aqueles que têm poucos gastos com pró-labore e folha de pagamento.

Benefícios adicionais em ser médico PJ

Além da redução direta de impostos, formalizar-se como pessoa jurídica traz outras vantagens importantes, dentre as quais, podemos destacar:

1.Distribuição de lucros isenta de IRPF: Após o pagamento de IRPJ e demais tributos, os lucros podem ser retirados sem incidência de Imposto de Renda, desde que a contabilidade esteja em dia.

2.Maior credibilidade e mais contratos: Hospitais, clínicas e planos de saúde frequentemente exigem CNPJ e emissão de nota fiscal.

3.Planos de saúde empresariais: Geralmente mais baratos e com coberturas superiores aos planos individuais.

4.Facilidade de crédito e melhores condições bancárias: Conta jurídica, empréstimos com taxas mais baixas e maquininhas de cartão com tarifas reduzidas.

Psiquiatra pode ser MEI?

A atividade médica não está presente na lista de ocupações permitidas para o Microempreendedor Individual (MEI). O psiquiatra precisa, portanto, optar por:

• SLU – (Sociedade Limitada Unipessoal): Ideal para quem quer empreender sozinho;
  
• Sociedade Simples ou Sociedade Empresária Limitada: Para quem deseja abrir clínica em parceria com outros profissionais.

Conclusão

Se você é psiquiatra e ainda atua como pessoa física, é hora de repensar sua estrutura tributária. 

A redução de impostos por meio da abertura de um CNPJ e da escolha do regime adequado é uma estratégia totalmente legal e que pode aumentar significativamente sua rentabilidade.

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